segunda-feira, 29 de julho de 2013

Nossa História


Teresa,
 
    Lembra-se de quando nós vimos pela primeira vez? Eu estava de férias na sua cidade natal, sua melhor amiga namorava meu primo e eles nós convidaram para irmos a sorveteria; você usava um vestido verde claro com bolinhas brancas e tinha os cabelos negros soltos, e quando você sorriu pela primeira vez, eu me apaixonei.
    Passamos toda minhas férias juntos, nadando na cachoeira, tomando sorvete, indo ao cinema, fazendo piqueniques. Você me chamou para ser o seu par no baile de início das aulas, e eu aceitei. Fiquei deslumbrado quando passei na sua casa para te pegar, você parecia uma princesa usando aquele vestido longo rosa claro, seu cabelo preso em um elegante penteado. E enquanto dançávamos eu me declarei, e, para minha surpresa você me beijou.
    Quando minhas férias acabaram e tive que voltar, te prometi que voltaria sempre que desse, você não acreditou, mas eu voltei dali duas semanas. Seus pais não gostavam muito de mim, mas mesmo assim continuamos juntos e enfrentamos tudo juntos. Nesses anos separados trocamos tantas cartas... eu as lia e relia sempre. Em três anos terminei a faculdade e voltei para te buscar.
     Nos casamos em uma manhã ensolarada de janeiro. Foi um dos momentos mais felizes da minha vida, ver você caminhando em minha direção vestida de branco, seus olhos azuis brilhando, sua voz doce dizendo que "sim" para o padre. Você se lembra?
     Não posso dizer que a vida de casados foi fácil, passamos por muitos problemas, mas conseguimos ser felizes e criar nossos três filhos. Os três presentes que ganhamos de Deus, o maior símbolo do nosso amor.
     Lembra-se de como costumávamos sentar todos os dias na varanda e ficar conversando, ou lendo, ou escutando música, ou simplesmente em silêncio de mão dadas vendo o pôr do sol. E entre um pôr do sol e outro nossos cabelos foram ficando brancos, nossa pele enrugada, nossa voz trêmula, mas você ainda tinha o mesmo olhar de menina.
    Hoje você não está mais sentada aqui comigo, a cadeira ao meu lado está fria. Nossa casa ficou tão sem vida, sem você cantarolando, dançando e respirando. Sinto tanto a sua falta. Mas eu sei e espero ir logo ao seu encontro e poderemos seguir felizes. Porque mesmo quando eu morrer, vou morrer amando você.


Com todo amor do mundo, Téo   

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